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No Rio, Pentatlo Moderno volta aos Jogos Militares

14/07/2011 10h27
CBPM

Das quatro edições do torneio, a única vez que a modalidade entrou na disputada foi em 2003, na Itália. Neste ano, sete pentatletas vão representar o Brasil, no Rio de Janeiro

A partir desta sexta-feira, 15 de julho, os olhos do mundo vão estar novamente atentos ao que acontece no Rio de Janeiro, quando a cidade começa a sediar mais um evento esportivo internacional. Desta vez, a capital fluminense será palco da quinta edição dos Jogos Mundiais Militares, a terceira maior competição multiesportiva do calendário olímpico mundial. Durante nove dias, aproximadamente seis mil atletas de mais de 100 países vão competir em 20 modalidades diferentes. O Pentatlo Moderno é uma delas.

Em 2011, a modalidade reestreia nos Jogos da Paz. A única vez que o esporte participou da competição foi em 2003, na Itália. Nas outras três edições, em 1995 (Itália), 1999 (Croácia) e 2007 (Índia), ficou de fora. No entanto, a categoria tem um mundial militar específico, disputado anualmente.

No Rio de Janeiro, o Pentatlo Moderno contará com 60 atletas de 16 países (23 no feminino e 37 no masculino). As provas de esgrima, natação, hipismo e o evento combinado de tiro e corrida vão acontecer nos dias 21, 22 e 23 de julho (quinta a sábado) no Centro Nacional de Pentatlo Moderno, na Vila Militar, em Deodoro, Zona Oeste da cidade. As instalações foram construídas para os Jogos Pan-Americanos de 2007.

Na competição da semana que vem, o Brasil estará representado por sete atletas (três mulheres e quatro homens). Dentre eles, o principal nome do país na história da modalidade: Yane Marques. A pernambucana faz parte do centro de treinamento da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPM) em Recife, o Salesiano-Powerade/PE, e integra a Comissão de Desportos do Exército no Rio de Janeiro (CDE-RJ) como Terceiro Sargento.

Passando por um momento único em sua carreira esportiva, a pentatleta de 27 anos levou o Brasil ao histórico 4º lugar do ranking mundial da União Internacional de Pentatlo Moderno (UIPM) no início de julho. Após a final da Copa do Mundo, realizada no último fim de semana, na Inglaterra, onde ficou em 16º, voltou ao 6º lugar de antes.

“Estou me preparando para a competição de forma que chegue nela no auge de minha forma física para alcançar as melhores marcas. Esta temporada está sendo bem puxada e, apesar de ser cansativo, há mais benefícios do que se imagina. O cansaço é natural, mas como nada resiste ao treinamento, estou treinando muito intensamente”, conta.

Para driblar o ritmo acelerado de várias competições, competir ’em casa’ pode ser um aliado. Yane comemora a torcida presente, principalmente de sua mãe, que virá de Afogados de Ingazeira, cidade natal da pentatleta, a 386 km da capital Recife, para acompanhá-la de perto.

Quem também vê vantagem na cidade-sede dos Jogos Mundiais Militares de 2011 é a Terceiro Sargento Priscila Oliveira (Salesiano-Powerade/PE e CDE-RJ). Colega de treinamento de Yane, a também pernambucana volta a uma disputa na capital fluminense pouco mais de um mês depois de se tornar bicampeã sul-americana na cidade. Título que lhe deu o direito de representar o Brasil, ao lado da amiga conterrânea, no Pan de Guadalajara, em outubro, no México.

Além de acreditar na ajuda dos amigos e familiares presentes, a atleta de 22 anos vê nas instalações que serão usadas na modalidade um aliado nas disputas.

“É uma satisfação muito grande poder participar de uma competição tão grande quanto esta aqui no Rio. Vai ser uma disputa de alto nível e as instalações estão preparadas para isso. A organização dos Jogos se deu conta da responsabilidade de proporcionar uma ótima disputa. Em 2016, teremos Olimpíadas e estão todos mostrando que o país tem condições de sediar qualquer evento de nível internacional”, comemora Priscila.

E evento esportivo de alto nível chama a atenção de atletas no mesmo patamar de desempenho. Nesta edição dos Jogos Militares isto não será diferente. Como o Pentatlo Moderno tem tradição militar, mais do que uma competição para atletas das forças armadas, a competição no Rio será uma disputa entre os principais representantes da modalidade, como ocorre em outros campeonatos ao longo do ano.

É o que espera encontrar na capital fluminense a Terceiro Sargento Larissa Lellys, colega de treinamento de Yane e de Priscila nas equipes Salesiano-Powerade/PE e CDE-RJ. No Exército Brasileiro desde 2009, a atleta de 28 anos vê na competição do Rio um motivo maior para se orgulhar de representar o país.

A ansiedade da paraibana fica por conta da expectativa de conhecer a Vila Azul, onde ficarão os pentatletas do torneio, em Campos dos Afonsos, Sulacap, ainda na Zona Oeste da cidade.

“A competição vai receber vários atletas militares, que, como nós, estão correndo atrás através do esporte. São nomes que vemos ao longo do ano em outras disputas do circuito mundial. Só para citar uma, Jelena Rublevska, da Letônia, campeã no mundial do ano passado e 10ª na final da Copa do Mundo deste ano”, assinala Larissa.

Unidos pelo esporte

Os sete atletas da seleção brasileira militar de Pentatlo Moderno que vão participar dos Jogos do Rio iniciaram um treinamento intenso juntos na capital fluminense faltando cerca de um mês para a competição. Os treinos estão acontecendo, em sua maior parte, na Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx), na Urca, Zona Sul da cidade.

A preparação em conjunto é para aperfeiçoar as marcas dos atletas nas cinco provas que compõem a modalidade. Pensamento que o Primeiro Tenente Luis Magno (CDE-RJ) tem em mente desde que começou a praticar a modalidade, há cerca de dois anos.

“Me preparei durante esses dois anos e agora estamos na fase final do treinamento, trabalhando pequenos ajustes. O foco tem sido a esgrima e o combinado, provas que têm decidido as últimas competições. Apesar de o Campeonato Europeu acontecer no fim do mês, grandes atletas estão confirmados para os Jogos no Rio”, conta.

A evolução do paulistano no Pentatlo Moderno tem sido expressiva. Quando, geralmente o tempo para formação completa de um pentatleta é de cerca de oito anos, o atleta de 23 precisou de apenas dois para conquistar grandes resultados. No atual ranking mundial, ocupa o 25º lugar. No início de junho, conquistou o Campeonato Sul-Americano de 2011, carimbando seu passaporte para o Pan de Guadalajara. Ele terá em Guadalajara e nos Jogos Militares do Rio a companhia do Capitão Wagner Romão (CDE-RJ).

Competindo a mais tempo no Pentatlo Moderno, o sergipano tem uma vasta lista de conquistas mundiais. Foi campeão sul-americano em 2007, tricampeão brasileiro (2006, 2008 e 2010) e representou o Brasil no Pan do Rio, onde ficou em 11º. A expectativa de resultados na próxima semana do pentatleta de 32 anos é pensada em seu desempenho pessoal.

“A preparação foi e está sendo a mais meticulosa possível. Estamos trabalhando com uma equipe de profissionais multidisciplinares e isso faz com que os atletas tenham um ganho e se mantenham íntegros fisica e mentalmente. Os treinos ocorrem de segunda a sábado, oito horas por dia, onde focamos, além das cinco provas, musculação e sessões de trabalho mental. A hora agora é afinar todas modalidades juntas e entrar na competição o mais equilibrado possível”, revela Romão.

Calendário agitado

Participar de torneios internacionais em intervalos curtos de tempo é uma realidade constante para os atletas do Pentatlo Moderno. Com o calendário mundial cheio de competições e um esporte dinâmico com cinco modalidades é comum a realização de disputas em períodos próximos.

Se os pentatletas Luis Magno e Wagner Romão vão passar por estar situação por terem disputado o Sul-Americano de 2011 no início de junho e na semana que vem participarem dos Jogos Mundiais Militares, o Capitão Daniel Santos (CDE-RJ) também vai engrossar esse time.

E de representar o Brasil em eventos esportivos internacionais, o atleta de 32 anos entende bem. O gaúcho tem em sua bagagem uma Olimpíada (Atenas 2004) e dois Jogos Pan-Americanos (Santo Domingo 2003 e Rio 2007). Dentre os títulos conquistados em sua longa carreira esportiva, estão o Sul-Americano de 2006 e a medalha de bronze no Campeonato Norceca (América do Norte, Central e Caribe) de 2007.

“Quando competimos em alto nível, já estamos acostumados a levantar todos os dias cansados ou não e treinar, treinar e treinar. A competição será mais um dia de treino forte. O diferencial é que estamos em ano que antecede os Jogos Olímpicos, com importantes pontos para o ranking mundial em jogo. Com certeza todas as equipes estarão em plenas condições de concorrer ao pódio”, diz o experiente atleta.

Também ciente da importância de um bom resultado, o Primeiro Tenente Mcdonnell Maieron (CDE-RJ) chega à competição após passar por momentos inevitáveis em um esporte de alto rendimento: lesão.

O atleta sofreu duas recentes quedas do cavalo em provas de hipismo que disputava. A primeira delas no Campeonato Brasileiro do ano passado, em novembro no Rio de Janeiro, e a segunda na terceira seletiva do Pentatlo Moderno brasileiro para o Pan de Guadalaja, em março deste ano, em São Paulo. Nunca a dobradinha “cair e se levantar” se encaixou tão bem em sua vida como agora.

“Hoje me sinto renovado e preparado para competir. Os Jogos Mundiais Militares são uma competição bastante consagrada e, acima de tudo, espero superar minhas marcas individuais em cada prova. O grande objetivo será buscar um pódio inédito para o Brasil na disputa por equipe”, projeta o amazonense de 25 anos.


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