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Mais jovem pentatleta sul-americana é brasileira

28/04/2011 20h35
CBPM

Aos 14 anos, carioca Juliana Domingues compete no Pentatlo Moderno como gente grande

A doçura dos olhos e cabelos castanhos e dos 55 quilos distribuídos em 1,68 metro de altura estão prontos para serem admirados pelo mundo. Engana-se quem pensa que ela chama a atenção somente pela sua jovem aparência de 14 anos. Até poderia, mas a carioca Juliana Domingues quer se destacar mesmo pelos duelos que enfrenta com uma espada, nas braçadas que dá dentro das piscinas, nos saltos que faz em cima de um cavalo e na corrida intercalada com os disparos feitos com uma pistola. Um desafio e tanto, não?!

E é esse desafio que move a jovem durante seis dias da semana em treinos do Pentatlo Moderno, esporte olímpico que envolve a maior quantidade de modalidades a serem realizados. Como o próprio nome já sugere, são cinco: esgrima, natação, hipismo e o evento combinado de tiro e corrida.

Tanto esforço e dedicação da carioca de Bento Ribeiro, Zona Norte do Rio de Janeiro, é para alimentar a paixão que sente pelo esporte há pouco mais de um ano, quando teve o primeiro contato com ele. O talento que demonstrou em tão pouco tempo já foi suficiente para que se tornasse uma das grandes promessas do Pentatlo Moderno brasileiro. No currículo, já é dona de um título continental: atualmente é a mais jovem pentatleta da América do Sul.

“Quando entrei para o Pentatlo, só praticava o hipismo. Gostei da tarefa de fazer as cinco provas. O esporte se mostrou para mim como um desafio de enfrentar algo que nunca tinha feito antes”, revela Juliana.

A atividade física está presente na vida da jovem desde muito cedo. Com poucos meses de vida, foi colocada para fazer natação para ajudar no seu desenvolvimento. Dois anos depois, já alternava as piscinas com os salões de balé. A partir daí foi um pulo para praticar jazz, sapateado, dança contemporânea e lambaeróbica. Atividades artísticas que a ajudaram na hora de encarar o Pentatlo Moderno.

“Entrei para o hipismo porque gostava muito de cavalos. Tinha 10 anos e logo me familiarizei por causa da postura que tinha aprendido a manter com o balé. Já no Pentatlo, a esgrima também absorveu técnicas que tinha adquirido na dança”, conta a pentatleta.

A evolução de Juliana na modalidade é meteórica. Como os demais iniciantes no esporte, começou pela categoria de base, o Biatlo Moderno, que agrega natação e corrida. Pouco tempo depois, já praticava o Triatlo, que além da natação soma o evento combinado de tiro e corrida. O próximo passo foi o tetratlo, que tem a esgrima a mais, e, consequentemente, o Pentatlo. Por causa de sua extrema dedicação nos treinamentos, mostrou desenvoltura para fazer as cinco provas em uma faixa de idade em que os atletas geralmente não praticam mais do que até o Triatlo. 

O talento de Bento Ribeiro foi revelado pelo PentaJovem, projeto social que a Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno (CBPM) mantém há mais de dois anos em Recife (PE) e na capital fluminense (RJ). No Rio, é um dos cerca de 50 jovens atendidos no Círculo Militar da Vila Militar (CMVM), em Deodoro, na Zona Oeste da cidade.

A convivência com atletas da sua idade facilita na hora de ter que abdicar de eventos comuns na sua adolescência, como festinhas e saídas noturnas com amigos. Dormir cedo para descansar para o treino do dia seguinte é constante em quase todos os dias da semana na vida da pentatleta.

Além da dedicação ao esporte, Juliana cursa o nono ano do Ensino Fundamental no turno da manhã da Escola Técnica Estadual Visconde de Mauá, no bairro vizinho de Marechal Hermes. Os estudos incluem ainda aulas de um curso de inglês duas vezes por semana.

“Não sinto tanta falta de sair quanto possam imaginar. No PentaJovem fiz muitos amigos e sempre que podemos, marcamos um cinema, uma ida ao shopping ou qualquer outro programa juntos”, destaca a jovem.

Mirando em Olimpíada

Disputando os torneios do Pentatlo Moderno pela categoria Jovem C, Juliana Domingues já apresenta desempenho semelhante ao de atletas mais experientes. No ranking nacional, está entre as 10 melhores pentatletas do país, juntando todas as faixas etárias. No seu grupo, é a número 1.

“Trabalho com a formação de atletas há 15 anos e vejo na Juliana todos os requisitos para que ela se torne uma grande pentatleta. Ela tem talento para a modalidade e vem se aperfeiçoando bem em todas as provas, o que no Pentatlo é muito bom”, enfatiza Fábio Corrêa, técnico da atleta.

Perguntado sobre o diferencial de Juliana no esporte, ele não demora muito para elogiar a sua sede de aprendizado.

“Em uma modalidade em que você precisa se desdobrar em cinco, o quanto mais você prestar atenção e procurar fazer o melhor, mais tempo você ganha nos treinos. E tempo no Pentatlo Moderno é um luxo que não podemos desperdiçar, principalmente para quem treina em meio período, como a Juliana”, acrescenta.

As quase cinco horas dedicadas ao esporte diariamente fez com que em setembro de 2010, a carioca participasse de uma importante competição internacional, o Sul-Americano, realizado em Quito (Equador). Dois meses depois, a atleta competia na principal disputa nacional, o Campeonato Brasileiro, que aconteceu no Rio de Janeiro.

Juliana não esconde o desejo de participar de uma Olimpíada, mesmo afirmando não pensar muito em uma competição a longo prazo.

“Não treino pensando no torneio do fim do ano. Meu foco sempre é a próxima disputa, seja uma competição nacional ou até mesmo regional. Mas muitas vezes, me pego pensando estar nos próximos Jogos Olímpicos da Juventude, em 2014 na China”, diz Juliana.

Em março passado, em São Paulo, a jovem participou da terceira seletiva do Pentatlo Moderno para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em outubro no México. Enquanto pentatletas de todo o país competiam por uma das vagas brasileiras no evento, Juliana fez um treino de luxo e, mesmo sem estar na disputa para o Pan, ficou em quarto lugar dentre as mulheres.


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